Consumo e Varejo: quebra de paradigmas cria demandas e atrai novos perfis de profissionais
Como consequência da digitalização, as ocupações com maior crescimento de vagas estão ligadas ao e-commerce
São Paulo, setembro de 2024 — O setor de Consumo e Varejo encerrou 2023 com um crescimento de 4,1%, superando a média da economia brasileira, conforme dados da SBVC. Em contrapartida, o novo Panorama Setorial Consumo e Varejo da Robert Half revela que as novas tecnologias, modelos de negócios e alterações profundas nos hábitos dos consumidores estão gerando novas demandas e atraindo diferentes perfis de profissionais, o que cria oportunidades e desafios significativos na gestão de pessoas.
Onda de M&As transforma as empresas
A busca por ganhos de escala e competitividade impulsionou uma onda de fusões e aquisições (M&As) no setor. Em 2023, o segmento foi responsável por 9,2% de todas as operações, com um crescimento de quase 34% em relação ao ano anterior, de acordo com a KPMG. Isso ocorreu em um cenário onde o número de fusões e aquisições, como um todo, caiu 13%. Além disso, a expansão orgânica dos principais players incluiu a abertura de novas unidades, investimentos no e-commerce e a criação de franquias.
“Muitas empresas regionais e locais passaram a ser controladas por grandes corporações, algumas de capital aberto, com acionistas estrangeiros ou investimento de fundos. Isso resultou em uma transição abrupta de modelos de gestão familiar, informais e baseados na cultura dos fundadores, para sistemas profissionalizados com processos estruturados, uso de ERPs robustos, CRM, atenção ao compliance e ferramentas de marketing sofisticadas”, afirma Leonardo Berto, Branch Manager da Robert Half.
Em paralelo, empresas não adquiridas também foram forçadas a modernizar suas operações para se manterem competitivas, o que aumentou a demanda por executivos de alto escalão e profissionais com perfis atualizados nas áreas de governança, compliance e finanças.
Transformação digital exige novas habilidades
O Varejo tem evoluído cada vez mais em direção a uma abordagem omnichannel, que integra canais online e offline para proporcionar uma experiência consistente ao longo da jornada de compra do cliente. Segundo Berto, “a principal dificuldade é que essa abordagem demanda novas especializações profissionais, como TI, customer success, user experience, business intelligence (BI) e inteligência artificial, habilidades antes pouco presentes no setor, mas que agora são extremamente requisitadas”.
O impacto da digitalização é tão relevante que, entre 2019 e 2023, as ocupações com maior crescimento de vagas no setor estão ligadas ao e-commerce, conforme a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Verticalização das operações gera novas demandas
Em busca de aumentar suas margens de lucro, grandes empresas de varejo estão assumindo o controle de mais etapas da cadeia de valor, absorvendo a rentabilidade que antes era destinada a terceiros.
“Redes de varejo estão criando seus próprios cartões de crédito, retendo as tarifas e juros que antes remuneravam os bancos. Além disso, estão desenvolvendo marcas próprias, desde produtos de limpeza até roupas, e incorporando os lucros que antes iam para os fabricantes. Seguindo a mesma lógica, criam marketplaces e montam estruturas de logística”, explica Berto.
Essa estratégia amplia a necessidade de contratação de novos perfis profissionais, embora as empresas ainda não possuam a expertise necessária para selecioná-los de forma eficaz.
Desafios no horizonte próximo
Enquanto muitas empresas digitais já nasceram com uma cultura de trabalho híbrido ou flexível, no setor de Consumo e Varejo a tradição é de trabalho 100% presencial. Até o início da pandemia, isso não representava um problema para o recrutamento nesse que é um dos setores que mais empregam no País. No entanto, a transformação do segmento fez com que as empresas precisassem buscar talentos vindos de culturas que priorizam menos a presença física, como programadores, analistas de BI e profissionais de marketing.
O varejo também é conhecido por operar com margens apertadas, resultando em remuneração e benefícios limitados, especialmente na base e no meio da pirâmide organizacional. O ritmo de trabalho no setor é acelerado e não são todos os profissionais que se adaptam, o que contribui para um turnover elevado — cerca de 36% em 2023, segundo a SBVC.
Por fim, as empresas do segmento, principalmente as de maior porte, têm ampliado o alcance geográfico de suas operações, tanto por meio de novas lojas e showrooms quanto pela incorporação de etapas da cadeia produtiva, o que trouxe um desafio adicional: preencher vagas localizadas fora dos grandes centros comerciais.
Profissionais mais procurados
Hard skills (habilidades técnicas) mais demandadas
Análise de Dados e Estatística
Marketing Digital
SEO
Desenvolvimento de Software e Programação
Gestão de Cadeia de Suprimentos
Soft skills (habilidades comportamentais) mais demandadas
Comunicação
Adaptabilidade
Pensamento Crítico
Habilidades Interpessoais
Resolução de Problemas
Projeções salariais
Os salários médios (em reais) nos setores de Consumo e Varejo, extraídos de entrevistas e conhecimento de mercado dos especialistas da Robert Half, podem ser consultados aqui.
Sobre este material
O estudo Panorama Setorial Consumo e Varejo tem o objetivo de apresentar um quadro amplo desses setores, de modo a conectar as realidades do mercado às questões das empresas no âmbito da gestão de talentos. O quadro descrito neste Panorama se baseia, ao mesmo tempo, em dados de fontes públicas e em pesquisas da Robert Half.
Confira outros Panoramas Setoriais no site da Robert Half.
Sobre a Robert Half
É a primeira e maior empresa de soluções em talentos no mundo. Fundada em 1948, a empresa opera no Brasil selecionando profissionais permanentes e para projetos especializados nas áreas de finanças, contabilidade, mercado financeiro, seguros, engenharia, tecnologia, jurídico, recursos humanos, marketing e vendas e cargos de alta gestão. Com presença global e atuação na América do Norte, Europa, Ásia, América do Sul e Oceania, a Robert Half aparece em listas das empresas mais admiradas do mundo. A Robert Half é reconhecida, também, por seu compromisso de promover a igualdade e proporcionar uma cultura que apoia a diversidade.
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