Como enfrentar o etarismo e promover a diversidade geracional?

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O etarismo – o preconceito baseado na idade – é uma realidade enfrentada por muitos profissionais, especialmente aqueles com 50 anos ou mais. Para as empresas prosperarem em um mercado global cada vez mais diversificado e competitivo, é crucial enfrentar essa questão de frente e promover a inclusão de talentos seniores. Mas como, de fato, enfrentar o etarismo e criar ambientes de trabalho mais colaborativos e intergeracionais? O primeiro passo para enfrentar esse desafio é “medir para gerenciar”. Conforme a pesquisa realizada em parceria pela Robert Half e Labora, 70% das empresas ainda não possuem métricas claras para avaliar o sucesso das suas iniciativas de inclusão geracional. Isso significa que muitas organizações sequer compreendem a extensão do problema ou como suas políticas estão afetando a força de trabalho. Sem dados concretos, é difícil monitorar o progresso e ajustar as estratégias. Sérgio Serapião, cofundador da Labora e da Lab60+, participou de uma conversa com nossos consultores Lucas Nogueira (Diretor Regional), Larissa Fraga (Especialista em Recrutamento) e Mario Custódio (Diretor de Executive Search) sobre os efeitos do Etarismo e como combatê-lo no mercado de trabalho. Serapião explica: “Se as empresas não começarem a medir e entender como a diversidade geracional afeta seu negócio, estarão desperdiçando uma enorme oportunidade de inovação.” Para as empresas, isso significa que o simples ato de coletar e analisar dados – como taxas de retenção por faixa etária, níveis de satisfação e motivos de desligamento – pode fornecer insights valiosos sobre como integrar melhor os profissionais 50+. Prepare sua empresa para o futuro. Baixe a segunda edição do estudo “Etarismo e Inclusão da Diversidade Geracional nas Organizações”, realizado pela Robert Half em parceria com a Labora. Obtenha insights valiosos para aprimorar suas práticas e fomentar um ambiente de trabalho mais inclusivo e intergeracional. Acesse agora.
Embora muitas organizações ainda não priorizem a diversidade geracional, há uma série de benefícios significativos que vêm com a inclusão de profissionais seniores. Esses trabalhadores trazem consigo décadas de experiência, habilidades de resolução de problemas e uma resiliência que muitas vezes faltam aos profissionais mais jovens. No entanto, 77% das empresas ainda não têm iniciativas específicas voltadas para a atração de talentos 50+. Segundo Serapião, uma das razões para isso é o viés de que profissionais mais velhos são menos ágeis ou não acompanham as inovações tecnológicas. Ele destaca que, na verdade, a diversidade geracional oferece uma vantagem competitiva: "A combinação de experiência e inovação é o que diferencia uma empresa preparada para o futuro." Empresas que contratam profissionais seniores muitas vezes descobrem que esses trabalhadores são capazes de se adaptar rapidamente a novas tecnologias, especialmente quando combinam sua vasta experiência com treinamento adequado. Além disso, a presença de diferentes gerações em um mesmo ambiente de trabalho pode promover uma troca rica de conhecimentos e habilidades. A colaboração intergeracional também reduz a dependência de uma única geração para inovação e mantém as empresas mais preparadas para enfrentar os desafios futuros.  Leia também: Etarismo no mercado de trabalho
Apesar das vantagens óbvias, muitas empresas ainda enfrentam dificuldades para reter talentos seniores. O relatório mostra que 61% das empresas não adotaram medidas concretas para garantir a retenção de trabalhadores 50+, embora tenha havido uma ligeira melhora em relação ao ano anterior. Para reter esses talentos, é necessário repensar as estruturas organizacionais tradicionais. As empresas devem se afastar de práticas "jovens-cêntricas", como o culto ao excesso de horas de trabalho e recompensas baseadas em desempenho físico ou mental de alta intensidade. Como Serapião observa, "o modelo de trabalho tradicional, com longas jornadas e estruturas hierárquicas rígidas, muitas vezes não atende às necessidades de profissionais seniores". Em vez disso, a adoção de horários mais flexíveis, jornadas de trabalho reduzidas e benefícios adequados pode ajudar a criar um ambiente mais inclusivo. Um exemplo bem-sucedido disso é a empresa de varejo Dengo, que implementou um modelo de contratação adaptado para incluir profissionais 50+, resultando em uma melhor performance de vendas e maior satisfação tanto dos funcionários quanto dos clientes. “Essas soluções inovadoras estão ajudando a repensar o papel do trabalhador sênior nas empresas modernas”, comenta Serapião. Você também pode gostar de: 5 maneiras de gerenciar diferenças geracionais
Uma tendência crescente é a adoção de novos formatos de contratação e trabalho para os profissionais 50+. De acordo com a pesquisa, 88% das empresas que experimentaram essas iniciativas relataram estar satisfeitas ou parcialmente satisfeitas com os resultados. Esses novos formatos incluem a contratação afirmativa de profissionais mais velhos, modelos de trabalho part-time e funções projetadas especificamente para aproveitar as soft skills desses trabalhadores. Um case de sucesso é o programa de contratação afirmativa da Unilever, que visa incluir talentos seniores em suas operações. A empresa percebeu que a experiência e a estabilidade emocional desses profissionais eram elementos valiosos para funções de atendimento ao cliente e gestão de projetos. Esse tipo de iniciativa não apenas ajuda na inclusão, mas também melhora a produtividade e o clima organizacional.  
A criação de ambientes que promovam a colaboração saudável entre diferentes gerações é outro ponto crucial. A pesquisa revelou que 68% das empresas enfrentam dificuldades na colaboração entre gerações. Para enfrentar isso, as organizações podem adotar programas de mentoria, nos quais os profissionais mais experientes compartilham suas habilidades e conhecimentos com os mais jovens. “O maior erro que as empresas cometem é pensar que basta ter diferentes gerações na mesma equipe para promover diversidade. O que realmente importa é criar espaços onde essa diversidade possa florescer”, destaca Serapião. Ele ainda explica que, para isso, é necessário oferecer treinamento e criar políticas que incentivem o respeito e a troca de ideias entre as gerações. Além de programas de mentoria, as empresas podem investir em dinâmicas de grupo e atividades que incentivem a convivência entre profissionais de diferentes idades. Isso não apenas melhora o engajamento, mas também ajuda a quebrar estereótipos relacionados à idade. Enfrentar o etarismo e promover a diversidade geracional não é apenas uma questão de inclusão social, mas uma estratégia empresarial poderosa para impulsionar a inovação, a produtividade e a competitividade. Medir, entender e adaptar as práticas organizacionais para incluir profissionais 50+ deve ser uma prioridade para empresas que desejam se destacar em um mercado cada vez mais dinâmico e desafiador. “O profissional mais velho é que é a novidade. E é uma novidade que deve ser considerada seriamente se quisermos aproveitar todo o potencial que essa força de trabalho pode oferecer”, explica Serapião. A inclusão geracional, quando feita de maneira estratégica e consciente, consegue transformar empresas e prepará-las para os desafios do futuro.
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